Razão ...

RAZÃO ...


O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.

Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.

Seja muito bem vindo!


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A bebida e eu

Quem já leu meus posts entitulados 'causo' deve se perguntar (e já me perguntaram):
- Nínive essas coisas acontecem de verdade com você?
- Você jura?
- É impressionante como você atrae esse tipo de coisa.


Na verdade o que acontece é que resolvi - já há bastante tempo - ver as coisas pelo lado bem humorado. Primeiro porque é sempre engraçado e sendo assim a gente ri, depois porque muitas vezes passamos dias, semanas, meses difíceis e eu percebi que quando dou uma chance a mim mesma de sorrir, está sendo imediatamente me dando uma chance de esquecer que tive vontade de chorar ou, que sofri ou, que quis pular do sexto andar de finca. Então nesses dias ruins, os ruins mesmo, eu me fecho, fico calada, deito e durmo muito. Leio mais ainda. Durmo e leio. Durmo.

Para que esses dias não se estendam, me dou uma brecha e compro um vinho. Bebo ele todo. Bêbada eu rio e durmo. Já não leio porque o livro roda junto com o quarto e o vinho que já vazio roda em cima do livro com a cama junto e eu dentro.

Amanheço de ressaca e com o gosto da boca da garrafa na minha boca, afinal bêbado que é bêbado mete a língua para ter certeza que bebeu tudo. Vou para a cozinha e vejo que a minha noite foi boa: queijo com azeitonas e vinho. Começo a lavar a louça e vejo que jantei miojo e que tive o cuidado de jogar o saquinho no lixo, com o lado do modo de fazer para cima, porque eu sempre confiro (Dori, oi?) como que faz um miojo. No prato sujo, vejo resquícios de miojo com queijo e azeitonas: quanta criatividade para um miojo. Para um miojo não, para uma bêbada eu quis dizer. Vejo que não vejo.

Hoje, sexta-feira amanheci de ressaca. Diferente das outras vezes em que eu bebia em casa sozinha, dessa vez o porre foi com o marido. De cerveja. Ao deitar, lá pelas tantas, ainda liguei a TV e peguei um livro: Divã (eu releio meus livros trocentas vezes). De novo o livro rodou junto com o quarto e o meu copo de cerveja já vazio, rodou em cima do livro com a cama junto e eu dentro.

Entretanto, dessa vez o gosto na minha boca teve o gosto da boca dele. Por volta das seis da manhã, quando o sol bateu entre as frestas da janela, vi seu corpo nu de costa para mim. Não me lembro de ter visto essa imagem exuberante em toda a minha vida. Nem quando fomos namorados em 2003/2004. Apreciei-o-o.

Eram dez e meia quando resolvi levantar e na cozinha avistei pães frescos sobre a mesa. Não só hoje, aliás. Ao lavar a louça vi a nossa queda por comer de madrugada depois de bebermos. Eu já tinha ido dormir quando ele ainda preparou alguma coisa com ovo.

Então, desde que o dia em que resolvi afogar todas as minhas mágoas em bebida, ficou claro que eu era um viciada em .................................................................................................................. rir. Claro! Porque eu arrumo uma facilidade para falar, contar causo e rir que não há de se ter idéia.

Resumindo: se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.

domingo, 19 de setembro de 2010

Make in off: mais emoções

Sexta-feira (17) chegou o Cd com as fotos do casamento. Pausa para o polichinelo, deitada, formando uma borboleta na grama. Mas Cid e eu estávamos saindo para viajar e então só pudemos ver as fotos na velocidade máxima do créu, sem direito a refrão. Hoje, ao voltar para casa vim pensando em rever as fotos a la slow motion. Se não fosse pelo fato do Cid ter tido que entrar em casa pela janela, porque o rapaz que ficou com a chave para cuidar da Gatinha a perdeu, eu teria visto as fotos mais cedo. Aí foi assim: Cid pegou uma escada de madeira no fundo e quis entrar pelo buraco do ar condicionado. Deeei uma olhada para o buraco e para o Cid.
- Amor, tu não passa aí não. (Mal cheguei e já estou falando o 'tu' daqui.)
Falei e me arrependi instantaneamente, imagina se ele:
- É , mas você amor passa. Anda, sobe aqui.
Mas graças ao nosso bom Deus, ele só desceu e tocou de roda na casa.
Delicadamente, mandou a mão em uma janela de madeira e pá!, pulou para dentro. Abriu a da sala e lá vai eu com mala e Gatinha debaixo do braço.
Entonces, com o stress de ficar na rua vendo se achava as chaves com o chaveiro (que comprei em Barretos buááááááá), mais o marido bravo porque é a segunda vez que a gente viaja e na primeira também tivemos imprevisto, mais a Gatinha dando (e chorando para ser possuída) para seis na garagem de casa, procurei contornar a situação, tentar acalmar nossos ânimos (aqui faz 40º todo dia tranquilamente, com direito a pancada de chuva, trovões e queda de energia - aff) chamei Cid para tomar banho e ver um filme.

Agora que está tudo calmo, a casa mais fresca, jantamos, tomamos suco de maracujá (te acalma, amor) estou aqui para contar que junto com as fotos do casamento, vieram também mais fotos do Reencontro e mais fotos do Make in Off. Obrigada Paula.



Nínive está namorando as fotos do casamento. Te acalma você também.
Parabéns Papaizinho do meu Coração!

domingo, 12 de setembro de 2010

Encantamento

Com a chegada do Cid em Uberaba, um dia antes de nos casarmos mais o nosso reencontro, transportou-me para um mundo do qual ainda não saí. Até hoje.

Por muitas e muitas vezes, olho para ele e sorrio francamente. Na maioria dessas vezes ele me pergunta o que é. Não é nada – respondo. Mas acho que de fato, é um tudo. Percebo a sua disposição, o seu conhecimento, o seu amadurecimento. Cid sabe arrumar de tudo em casa e cozinha. É daquele que chega para o almoço com uma torneira nova para trocar e usa suas duas horas de descanso para ajeitar alguma coisa aqui em casa: chuveiro, espelho, torneira e tudo quantuá e agora está de pai de uma gatinha que adotei. Xinga a coitada todo dia, mas a bichinha sabe conquistar e com isso já ganhou desse pai bravo cálcio, vermífugo, banho e uma ração caaa-ra pra disgrama.

A bichinha deitou para ganhar o banho. Guento?

Sem que eu me desse conta e ainda, acometida por toda a emoção que passei e ainda, mais crítica que eu deve estar para nascer, vejo cla-ra-men-te nas fotos que meus olhos não são os mesmos. Quando revejo as minhas fotos da formatura, que são as fotos profissionais mais recentes e as minhas fotos com o Cid, é notório que meus olhos tomaram outra força. Uma estranha força. São olhos que denunciam meu tele-transporte, meu submundo, meu eu. Um eu tão íntimo que chego a não reconhecer e claro a minha primeira crítica foi:

- Ai mãe, não gostei das fotos.
- Mas por quê?
- Ah não gostei ... fotos de muito longe, minha maquiagem ficou assim, assado, e meu cabelo, ai também não sei. Aném não gostei.

- Ihhhh ó, pode parar. Não faça isso com você mesma.

Há umas duas semanas recebi um e-mail da mamãe dizendo que as fotos do casamento ficaram maravilhosas. Estou que não me agüento de vontade de vê-las. Recebi uma prévia, por e-mail. Dizer que não gostei será muita injustiça da minha parte, mas por fim assenti: não são meus cabelos, nem a maquiagem, nem a foto tirada de lado, ou com a cara enfiada no buquê. É que não tem sido tão simples lidar com um marido que te acorda com um café da da manhã na cama. Sou notadamente expressiva com os olhos e eles estão mostrando meu encantamento.



Nínive tem olhos só para Cid.

domingo, 5 de setembro de 2010

Make in Off

Depois do SIM oficial, ainda na porta do cartório, fiquei querendo repassar com a Nanda o protocolo do casamento. Mamãe me mandou devolver a recente aliança para a caixinha para ser usada mais à noite e aproveitou para me mandar parar e ir fazer o meu dia de noiva sossegada. Quem disse que consegui?

Tentei. Fiz tudo o que eu tinha direito: esfoliação, banho de banheira, hidratação, massagem relaxante, uma soneca e depois um lanche.

Mas meus olhos, ai meus olhos ....

Minha cabeleireira e amiga e madrinha do meu casamento me aconselhou:
- Deixa ela (Márcia Pimentel – profissional que fez meu dia de noiva) fazer a sua maquiagem sossegada, não fica pedindo para ver, corrigir, nada disso. Você já fez a prova, gostou, relaxa a aproveita.
Fiz diretinho, mas meus olhos, ai meus olhos ...

Quando ela arrumou os cabelos e me mostrou, pedi para abaixar mais o coque, assim como na revista. Em seguida, passamos para a parte final e mais delicada para mim: o make. É que eu sei me maquiar. Tenho muita noção e sou cheia de truques... fora que vira e mexe eu mesma fico testando em mim tudo o que vejo na net ou em catálogos. Então nesses test-drives, eu acabo acertando na maioria das vezes.

Falando em ficar testando em mim tudo o que vejo na net, andei colocando uns bobes aqui em casa. Claro, em horário que o Cid não está, mas não adianta, antes que eu me dê conta, está o homi aqui em casa vindo ver as gatinhas dele (sim, ele tem duas e uma sou eu. A concorrente eu mostro em outro post).

Voltando ao assunto do make, fechei os olhos e tentei relaxar. E consegui? Danei a tremer. Meu corpo começou a fazer movimentos involuntários e eu tentava me acalmar. Eu comigo mesma. A fotógrafa percebeu, a Márcia que foi quem me arrumou e maquiou, a mãe dela que estava ajudando também. Comecei a respirar fundo, suspirar, esfregar uma mão na outra até que, do jeito que o tremilique começou, parou. Vai entender.

Cabelo e maquiagem prontos, espelho espelho meu, diga-me que a noiva mais linda de maravilhosa sou eu? Olhei e ...
- Márcia meu olho está meio azul não?
Quinze minutos para meu pai ir me buscar e eu vendo azul nos meus olhos. A Paula fotógrafa bateu uma foto e me mostrou. Não, definitivamente não estava azul. Eu é que estava azul de nervosa.
- Estou linda – falei para a Márcia.

Fomos me vestir. Saquei um corset preto e branco e pedi para ela me ajudar a vestir. Amarrei a lingerie de baixo preta, com fitas brancas. Meias 7/8 brancas e eu estava pronta para a lua de mel (assunto para outro post). Quando as meninas me viram montada com aquele modelito, foi cada comentário a la Luluzinhas que por um momento me esqueci do modelito e fiz uma pose sex appeal para a fotógrafa que me perguntou:
- Posso bater? – e foi logo mirando a máquina.
- Não Paula, imagina se você se confunde e manda essas fotos para o telão? Rsssss.

Me colocaram o saiote, o vestido e me entregaram o buquê. De uma vez por todas eu estava pronta para me casar no religioso com o Cid.
E fui ...
Tentando relaxar na hidro...

Difícil ...

Quase ...

Nervosa?

Não, imagina!

Meus olhos ficaram demais!
Demais, mesmo.
Ai, esses meus olhos!

Arremate final!
Fui ...

Nínive teve um dia de noiva maravilhoso, mas foi difícil segurar a emoção.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Enfim casados!

Nosso casamento no civil aconteceu no mesmo dia do religioso às 14h30. Logo depois do almoço eu já estava no hotel que Cid e eu ficaríamos hospedados, me arrumando. A reserva tinha sido feita por mim há dois meses e quando entrei no quarto vi duas camas de solteiro. Antes que eu desse um chilique, sorri imaginando que se eu tivesse pedido para o meu pai fazer a reserva, era bem possível que ele pedisse um quarto com duas camas single. Chilique esquecido, liguei na recepção e confirmei a reserva. Logo um funcionário veio me ajudar na troca da suíte. Acontece que sei lá porque cargas d’águas, em um instante eu estava há mais de uma hora do casamento e em outro eu estava há 15 minutos do Cid ir me buscar. Não sei ao certo o que me fez atrasar tanto. Eu estava de bobes nos cabelos e ainda faltava me maquiar e trocar. Entreguei a mala ao funcionário e falei:
- Me caso em 30 minutos, preciso acabar de me arrumar nesse quarto, algum problema?
- Não, senhora, pode ficar a vontade.
- Senhora ainda não, daqui a 30 minutos serei.

Pronto, perdi mais uns 5 minutos 'dando mole' para o funcionário.

Cid me ligando desesperadamente e eu na porta do hotel tentando parecer a mais calma de todos os tempos.
- Amor, estou na porta do hotel. O hotel é o Manhattan e não o Tamareiras onde fizemos as fotos. - Mas eu estou dentro dele e não estou te vendo. - Mas como dentro dele, santo Deus?

Mais uns cinco minutos, Cid encosta o carro apressadamente, de terno, lindíssimo. No caminho, ele confessa:
- Não ia te contar não, mas .... (e começa a rir), entrei no hotel errado. Entrei correndo, peguei o elevador e ele só ia até o 6º andar e você me disse que estava no 14º. Sai do jeito que entrei, nem falei nada na recepção. Também, ninguém me perguntou.
- Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, sabia, só achei que você erraria de hotel grande né, esse hotelzinho que você entrou, por pouco não tem em elevador.

Chegamos ao estacionamento e antes de descer do carro, Cid:
- 'Bora casar comigo?

Antes de chegarmos ao cartório, encontramos na rua com a mãe do Cid, seu marido, o irmão e um primo. Tinham acabado de chegar do Pará e nos casaríamos em 15 ou 20 minutos. Logo em seguida, chegaram meus pais e a Nanda. A Jane, cartorária e responsável pelas documentações civis, ficou sabendo da minha estória e do Cid e nos ajudou com toda a burocracia da documentação, afinal tudo foi feito por procuração. Tão logo ela ficou sabendo da nossa chegada, Jane veio nos conhecer. Conversamos e ela ficou muito emocionada. Testemunhou os nossos ‘sins’ e a troca de aliança.






Nínive esperou seis anos por esse homem. Valeu a pena!