Razão ...

RAZÃO ...


O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.

Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.

Seja muito bem vindo!


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Vai dar tudo certo!

  • Cid passou a semana fora fazendo vacinação assistida nas fazendas. Por conta disso, teve que cumprir horários duros como levantar as 4h30 da manhã, todo dia. Chegou ontem e foi só o tempo de arrumar a mala para hoje viajar de novo. Dessa vez para ir buscar a nossa mudança, há 1.000 km daqui.
  • Como o 'abençoado' desfez o combinado (rosnando), Cid foi ver preço de frete particular. A minha sogra e seu marido fizeram cinco orçamentos e acharam cotação entre R$ 3.500 e R$ 4.000,00 (rosnando e em posição de ataque), Cid não teve outra solução a não ser ir buscar ele mesmo nossas coisas (caim caim caim caim). Coitado do meu marido, fazer essa viagem de novo, nessa rodovia Transamazônica vergonhosa e ainda bate-volta: chega, carrega, toma banho, come alguma coisa e volta, para ver se consegue chegar aqui no domingo fim de dia ou segunda pela manhã. Ele conseguiu uma Ducato que não está lá essas coisas, mas no momento é o único utilitário que cabe nossos badulaques.
  • Não tem sido fácil ver o Cid ir e vir. Quando é trabalho eu sei que são viagens curtas e dá para nos falarmos, mas ter que voltar para as bandas de lá e com dia para voltar .... ai... que vontade de chorar. Vontande não: abri a bocona hoje quando ele me deu um abraço e disse que estava indo buscar as nossas coisas e fez um gesto com o indicador para ele e para mim. Nossas coisas!
  • Cheguei a perguntar essa semana se ele queria que eu fosse de companhia, mas ele achou melhor eu ficar com a Gatinha e sua tropa. Gastamos menos. Ela (a Gatinha) também deu um jeito de perguntar se Cid queria que ela fosse também. Como ela não sabe falar, agiu. Pegou gatinho por gatinho e o levou para dentro de casa, perto daonde estavam as coisas dele de viagem. Deitou e ficou.
  • E eu achando que só eu sentiria falta dele, posso com isso?

Boa viagem, amor meu!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Passiflora


"Essa sua vida dá um livro" disse Luciana Melo uma grande amiga minha agora há pouco.

Paro para pensar e concluo que eu deveria procurar um editor(a), porque dá mesmo.


Outro dia recebi um comentário no meu post Rapidinhas de uma colega de blog se mostrando chateada com minhas curtas "preconceituosas" sobre o estado do Pará. Demorei dias para respondê-la pois precisava refletir sobre o que eu quis dizer quando fiz esse post e o que ela sentiu quando o leu. Respondi no blog dela e no meu para que quem posteriormente lesse, visse que eu me preocupei em responder-lhe. Sempre repenso quando alguém me diz algo que contraria meu conceito inicial (vai que ela [a pessoa] tá certa?) e por isso vira e mexe me lembro do seu comentário. Hoje, mais uma vez me peguei pensando nela quando resolvi postar novamente minhas indignações com esse estado tão esquecido pelo país.


Vocês acreditam que:


1) as pessoas tiram o asfalto das ruas e colocam terra?

2) uma mulher certa vez foi até a nossa anterior casa com meu marido achando que ele estava lhe oferecendo serviços sexuais por R$ 50,00? Quando ela descobriu que era faxina ela não quis.

3) o antigo funcionário da outra unidade que roubou dinheiro do escritório e do Cid foi readmitido assim que meu marido foi transferido?

4) alguns nativos preferem comer farinha com água a ganhar uma grana para capinar nosso quintal?

5) quem é Belenense diz: "não existe outra capital melhor que a nossa", dai você pergunta: "qual outra você conhece?", ele responde "nenhuma".

6) que o cara 'de confiança' que iria trazer a nossa mudança, esperou o Cid chegar aqui para falar que o preço combinado não compensa e passou para outro cara. O cara que pegou aumentou o preço e não tivemos outra opção senão aceitar. Ai ele ligou no dia que ele iria sair de lá e disse que arrumou outro frete a preço melhor e por isso não vai mais trazer as nossas coisas.


Posso com um descaso desse? Com tanta falta de respeito?


Aí você me dirá, calma Nínive!


Estou tendo minha gente. Tem quase duas semanas que estou de favor na casa da chefe do Cid. No quarto dela. Não aguento mais de vergonha. Para acabar de escangalhar, com a chegada do Cid a Gatinha também veio. Mais prenha do que nunca. O cunhado da minha chefe e sua filha são alérgicos e estão tolerando com muito bom humor a minha felina que pariu de domingo para segunda três gatinhos. Cid e eu acompanhamos o parto e os acomodamos em um quartinho. Agora além de mim, estão sendo anfitriões dos meus gatos. Onde enfio a minha cara e o meu desconfiômetro?


Se você não sabe, eu sei: PASSIFLORA e cama.
Nínive quer dormir e acordar na nova casa com o marido, a Gatinha e seus filhinhos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cenas de destruição

No último dia 12, foram vistos cenas de destruição na minha cidade natal Uberaba/Mg. Rajadas de vento, granizo e inundações provacaram estragos aterrorizantes na cidade assustando vários moradores. "Das 15h30 às 16h30 galhos, árvores e telhados foram derrubados pela força do vento e da água. De acordo com a defesa civil de Uberaba, o volume de água de chuva foi de 28 milímetros".

As principais ruas foram submergidas, pois as bocas-de-lobo não aturaram o volume de água. "O corpo de bombeiros teve muito trabalho para resgatar pessoas que ficaram ilhadas pela correnteza e no corte de águas que vieram ao chão, chegando a bloquear as ruas".

Muito caos foi registrado em toda a cidade e na casa dos meus pais não foi diferente. As pedras de granizo batiam contra a parede e corriam à porta da cozinha, ocasionando um grande alagamento. As pancadas foram tão fortes que por vezes mamãe achou que as pedras atingiriam a porta de vidro da cozinha e da sala, podendo provocar estilhaços.

Após o almoço, foi registrado temperatura de 30º e no momento da chuva, os termômetros registraram uma queda brusca para 20º. Em meio ao tumulto, mamãe ainda se lembrou de ligar para o meu irmão pedindo para ele ter cuidado com a moto. Ele disse que estava de carro e que ela não precisava se preocupar. Entretanto, ele estava naquele momento com o carro da empresa e se esqueceu que ele tinha - de fato - ido trabalhar de moto. Ao voltar à agência, viu que a moto não estava mais lá. Alguém viu quando uma onda de água pegou-a em cheio derrubando e arrastando-a para uma enorme buraco. Assim que a chuva parou, essa pessoa que posteriomente Rafael o identificou como seu colega, contou-lhe como tudo aconteceu.
- Nínive, dá dó ver a moto, está toda amassada e arranhada - disse a mamãe.
- E o Rafael?
- Tá arrasado coitado. Ele tirou a moto há dois meses e o seguro não cobre casos fortuitos.

Um pouco do caos:
























Nínive tá bege.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Causo VI

Cid e eu viajamos 1.000 km, mas foi como se tivéssemos viajado 3.000.
A estrada está péssima péssima e segundo Cid, se ele fosse camioneiro iria fazer um movimento de fecha e pedir a presença da nova 'presidenta' eleita para ver o descaso com a Rodovia Transamazônica. Mas ela não poderia ir de helicóptero: teria que ir como fomos, de carro. Teve trecho que fizemos a 40km/h tamanha erosão e tiveram outros que a camionete pulava tanto que eu parecia a Joelma do Calypso in locco:
- Amor, a camionete tá balançando eu sei, mas prá quê tu tá mexendo essa cabeleira desse jeito?

Domingo chegamos à nossa nova e bonitinha cidade. Aqui é uma graça e procurando casa conheci vários bairros e já me sintonizando aos poucos. Antes de ontem, fechei com a dona a locação de uma. Ela é tãoooo bonitinha.

Cid chega quarta com a Gatinha que está moja. Vai parir ao qualquer momento. Pois é, pois é, meu amado marido precisou voltar para acabar de acertar a vinda do restante da mudança e deixar seus relatórios em ordem. Fez a viagem de volta sozinho :( ... e eu tô morrendo de saudade dele... sniff... sniff.

Como eu não sei ficar sem dar bafão, lá vai mais uma: desde ontem que estou tentando sacar dinheiro no caixa eletrônico, mas como o meu cartão está com um arranhadinho, o leitor não estava identificando. Foi com esse "problema na leitura do seu cartão" que me fez rodar mais de um caixa e por fim, mais de um banco. Hoje aproveitei que um funcionário do novo escritório do Cid iria sair e lhe pedi uma carona até outra agência. A esperta aqui foi depois do horário de atendimento e correu de novo o risco de ficar sem grana. Tentei umas duzentas vezes e antes que eu começasse a dança da bicicletinha, vi um gerente sair para atender alguém bem próximo daonde eu estava. Esperei ele desocupar e:
- Boa tarde, eu vim de Minas (quando vi ja tinha falado), cheguei essa semana e estou tentando sacar, mas por causa desse arranhado, o leitor não está lendo.
- Ah, então a senhora não é daqui?
- Não, mas me mudei, já até aluguei uma casa, sabe ali no bairro (e falei o nome dele), pois é, aluguei lá, paguei um pouco e meu marido quando chegar vai quitar o restante. Ele vai chegar na próxima quarta e estou com a carteira zerada (abri a carteira pra ele ver)....ele é funcionário da Adepará, eu vim de carona, o carro ali ó (e apontei).... pode me ajudar?
- O problema é que a agência da senhora não é daqui, então não vai ter outro cartão prá senhora né?
- É não vai (e devo ter feito um biquinho).
- Coloca o cartão e vai chegando ele prá esquerda e prá direita.
- Cuma?

Fomos ao caixa, engatei o cartão e comecei a fazer o tal movimento quando ele:
- Mas o cartão é do outro lado senhora.
- Ah tá brigadu.


Nínive é caipira demais. Anemmmmmmmmmmmmmm.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Daqui prali

Hoje moro em um município com pouco mais de 15 mil habitantes no sudoeste do Pará. Estamos, Cid e eu, há 895.2468 km da capital com pouquissíma infra-estrutura, lazer zero, asfalto isso não nos pertence e falta de energia constante. Internet é luxo. Dentre outras coisas. Shopping, bares, restaurantes, clube.. ai ai, clube (tem uma cachoeira serve?). Clube não, isso é muito para esses lados de cá.

Dai que um dia surgiu um conversê que Cid poderia ser transferido. Nos animamos em uma semana e fomos desenganados na outra. Dez dias depois, uma nova conversa. Paramos de comprar as coisas para casa e a ver uma máquina fotográfica dos meus sonhos e quando estávamos in love, fuénnn. Na terceira vez pediram ao Cid um memorando e uma carta. Fizemos mandamos e
- Estamos no mês político e três meses antes e três depois não se faz admissão, trasnsferência, demissão.
Eu bocuda:
- Mas pelo amor de Deus amor, se não pode pra quê ficam dando esperança, na última até fizemos dois documentos. Prá quê? Para chegar lá e eles embargarem? Que sacanagem.
- Te acalma, aqui é tudo assim. Vai se acostumando.

Aí, há umas duas semanas, eu lá arrumando a cabeleira e chega Cid com a notícia:
- Saiu a transferência?
- Saiu?

- Saiu

- E agora?

- Agora é ir...

- Mas assim?

- Assim!


Viemos embora e ficamos esperando até ontem sair o tal do edital, oficialidade que autoriza efetivamente a sua remoção. Essa publicação está prevista entre o dia 10 e 15 desse mês. Até lá teremos tempo de arrumar as coisas com calma, até que.....

Hoje a tarde:
- Amor, vamos na sexta-feira tá?
- Da semana que vem?

- Não depois de amanhã?

- Hein?

- Sim, tu iria na frente para arrumar casa e agora eu vou te levar. Depois eu volto.

- ;)

Emoção é comigo mesmo. A viagem é doída, 700km de estrada de chão. Haja peitos. Já fiz mercado, vou arrumar uma caixa de isopor para levar umas coisinhas para comer e arrumar tooooda a minha mudança. As coisas maiores vão depois, fora isso vai tudo na camionete.

Até o final da semana voltarei à civilização. A nova cidade tem quase 100 mil habitantes. Fica no sudeste do Pará. Possui a maior usina hidrelétrica totalmente brasileira e é a quarta maior do mundo. Além disso, tem feira, restaurantes, bares, shopping, reserva, parque...... ahhhh maridinho, meu cartão de crédito com taxa mínina não lhe pertence mais.....

É isso, vou sumir porque até que eu ajeite as coisas deve levar uns 20 ou 30 dias. No mais eu passo aqui para dar um alô, se der.

Não se esqueçam de votar na Manu, a minha sobrinha que está concorrendo à Promoção Bebê Jhonson's. Vide post anterior.

Um beeeeijo: muah!


Nínive anda tão feliz, mas tão feliz que esqueceu de contar que achou que ia ser mãe outro dia, mas vai mesmo é ser avó: a Gatinha tá prenha.
Nínive também colocou um campo para quem quiser receber os newsletter do blog direto no e-mail.