Razão ...

RAZÃO ...


O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.

Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.

Seja muito bem vindo!


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Eu nunca


Para ganhar aquele brinquedo que faz bolinhas de salão, prometi há uns bons anos atrás:
- Pai se o senhor comprar prá mim eu nunca mais vou te pedir nada!

De soslaio, me olhou e respondeu:
- Ah quem dera!
- É verdade. Nunca mais.

Ganhei.

Na adolescência, dei um faniquito aqui em casa que queria porque queria uma bolsa que tinha visto no Shopping e ai ai ai Pai, por favor, há tempos que o senhor não me dá nenhum presente e eu pre-ci-so daquela bolsa, ela é a coisa mais linda que eu já vi,vamos lá no Shopping só pro senhor ver. Arrumei um falatório sem fim e vencido pela insistência, fomos. Chegando lá, a bolsa já reservada e eu:
- Mãe, ela não é linda, olha só, ai por favor Pai, a moça dividi e se o senhor levar a carteira nem vai ficar caro, ai Pai por favor, eu não te peço mais nada esse ano. Nunca mais.


Ganhei.

Agora, mais velha e já manjada com esses meus Eu Nunca, sou a primeira a puxar a brincadeira na roda de amigos. Funciona assim. Eu falo: eu nunca andei de elevador. Quem já andou, bebe. Como não tem graça brincar assim,a brincadeira começa sob outro ponto de vista:
- Eu nunca fiz streaptease.

De umas setes pessoas na mesa, umas seis bebe, menos o novato que ao invés de beber ooo-u não beber, começa a perguntar pra quem foi feito, quando e porque.
- Bem, ou você bebe ou não bebe, não tem o porque, responde uma de nós.
- Eu nunca fumei.

A metade da mesa bebe.
O dito cujo: - mas você já fumou, mas você não fuma, já fumou o que?

Paramos a brincadeira e resolvemos deixá-la mais clara.
- Beeem, a brincadeira é assim: você fala alguma coisa que você fez ou que você não fez. Se você fez o que falou, ou que o outro da mesa falou, você bebe. Se você não fez o que falou ou o que o outro não falou, você não bebe, entendeu?

- Zzzzzzzzzzzzzzzzzz.
- Eu nunca fiquei com ex marido.

O próprio: - Você bebeu? Então você já ficou? Mas você não está separada há pouco tempo? Quem terminou o casamento?
- Filho de Deus, sem "DR", desse jeito vamos ter que brincar de vaca amarela antes de brincar de Eu Nunca, droga!

- Zzzzzzzzzzzzzzzzz.

- Eu nunca fiz amor no canavial.


- Mas no canavial? Gente deixa eu falar uma coisa prá vocês, aquilo lá parece um labirinto, você pode ficar doido senão conseguir sair, porque canavial não tem trilha, é tudo igual e .... gente, mas no canavial, é bom mesmo?

Amigas queridas do Core, vamos demitir nosso amigo da brincadeira e aproveitar o ensejo e dizer pra outra lá que basta ela beber, mostrar o derriére também não faz parte do Eu Nunca.


Nínive abriu o coração e entornou o caneco. Uh!