Razão ...

RAZÃO ...


O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.

Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.

Seja muito bem vindo!


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Você merece!

Agora, o momento é de profunda tristeza e do olhar para trás: a última vez que viajamos, que nos abraçamos, que rimos juntos, que almoçamos, que fizemos amor. Aquele quase que se não fosse a intersecção, não havia o hoje com promessas como “eu daria tudo para ter de volta”. É esse quase, que vai te arrasar e te levar as lágrimas.

Por algum tempo.

O dia amanhece preguiçoso e só. Se não fosse o balbuciar do quarto ao lado e o riso com baba, seu dia seria mais enuviado. E é por esses risinhos fora de hora e de um som cantante, que você troca o choro por um riso e um bom dia, daqueles de bom mesmo. Porque o melhor está nesse momento na sua frente, te pedindo com os olhos para ficar. E que olhos.

Seu dia deve ser cheio, mas precisa estar lotado. Volte a dançar. Bailarina não chora de dor. Nem na ponta do pé. De tristeza pode chorar; na sapatilha, com jaleco, de pijama. Lembranças são heranças da vida e legitima um passado recente que lateja e faz jus aos lacrimejos. Foi bonito demais, num foi?

Aproveita, porque daqui mais um pouco você vai ficar com raiva e vai atacar quem estiver por perto. Eu mesma vou dar cambré para não pegar em mim, mas depois volto a posição inicial da dança, porque isso também vai passar. Nesse momento, você vai dar os primeiros passos básicos de uma dança solo e vai ver que é uma apresentação bonita também. Que sem a condução obrigatória do cavalheiro, você poderá girar sozinha. Para um lado e para o outro.
Esse exercício novo, que parece complicado, é porque nos acostumamos com. Agora vai ter que acostumar sem. Sair da zona de conforto não é fácil. Ainda bem! Se fosse, ele não seria fundo. Todo fundo do poço tem molas, mas você precisa ir lá, para depois alçar seu vôo mais alto, mais elegante. Como os que você fazia no palco.


A Nina, meu dodoizinho teve que amputar a pata, você sabe. Foi a decisão mais rápida que tomei. Autorizei de imediato. Com a pata quebrada, sem utilidade, estava comprometendo sua qualidade de vida. Depois da cirurgia, a bichinha virou outra. Quando a vi sem o membro, o impacto foi grande, chorei e a abracei ainda semi anestesiada. Mas ó, até os animais tem o direito de ser felizes. Ela não estava.
Você estava?

Sua Florzinha vai te lembrar todos os dias que alguém passou por sua vida e te fez feliz enquanto deu conta. Quando não deu, saiu de cena. Por mais que isso te doa, aceite que também foi uma atitude de coragem que muitos não fazem. Não sofra pelo futuro. Ele está aí todo enorme na sua frente. Lembre do passado como algo sublime e guarde só o que for bom para você.
Foi lhe dada a chance da alegria e do riso fácil como dos tempos de escola igual vi outro dia uma foto sua do Corina com o cabelo modi-pluft.


Hoje você não vai conseguir pensar assim e eu entendo. Guarde esse texto visionando um futuro melhor do que tudo que já lhe aconteceu. Todos somos dignos da felicidade, mas cada um só tem aquilo que merece.
E você mereçe!
Estamos todos aqui em casa chorando por e com você.