Razão ...

RAZÃO ...


O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.

Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.

Seja muito bem vindo!


sábado, 15 de maio de 2010

Causo V

Gonzaga Flat.


Pranta e eu fomos para Santos em novembro de 2008.
Lá ficamos em um flat muito bom, perto de tudo: da praia, dos shoppings, dos bares. Então, durante o dia íamos à praia ou à piscina – que fica na cobertura - e à noite saíamos para comer e nos divertir.

Na volta da praia, em um desses dias, ao tomar banho, vi que meu biquíni branco tinha encardido e tentei lavá-lo com sabonete. Em vão.

Saindo do banheiro tive a brilhante idéia de fervê-lo com um pouco de sabonete, já que no flat tem uma mini-cozinha Então raspei o sabonete com uma faca, peguei a panela, enchi d’água e coloquei o biquíni dentro.

Voltei para o banheiro e fui passar meus cremes. Quando resolvi pentear os cabelos, não achei no meu nécessaire o pente e gritei:

- Pranta, você tem pente?
- Não uso pente.
- E escova?
- Fiiiilha, olha seu cabelo e olha o meu, você acha que eu uso escova?

Olhei. É de fato ela jamais precisará arrumar seus cabelos com escova. Pranta tem os cabelos lisos e finos, arruma-os só com os dedos, mas eu, ai eu ... .,. Bom mas aí, tinha em cima da pia, um souvenir com 1 mini-xampu, 1 mini-condicionador, 1 mini-sabonete e .......um mini-pente. Eeeeee. Pente fino... mas um pente. Ca-la-ro que eu tive que passá-lo bem devagarzinho, senão na primeira ida meu pixaim quebraria toooo-dos os dentes do coitado. Na segunda passada, já que a primeira eu só consegui ir até o alto da cabeça, resolvi me virar de lado, para tentar de baixo para cima. Nessa, de virar de lado, o pente voou, deu um mortal duplo carpado, me deu um tchau e se jogou de finca no vaso. Minha boca fez o formato de um ‘ó’ e ainda vi o fi-da-mãe nadando cachorrinho. Meu-deus, PRECISO DAQUELE PENTE. E o meu cabelo??? Procurei alguma coisa para resgatá-lo. De volta à minha maxi nécessaire, tive idéias olhando para a pinça. Pinça-pente. Pente-pinça.

Fiz um cálculo para ver se a minha mão encostaria na água do vaso. Pelas minhas contas na HP12C, dava. Fui lá. Segurei a pinça com o indicador e o dedão, levantei o mindinho e ........fiquei parecendo àquelas máquinas de pegar ursinho. Mira, mira, mira e quando a garra sobe, o ursinho cai. Lá vai eu: segunda tentativa. Ter-cei-ra. Quarta. Peguei. Peguei.

Levei toda a minha confusão em silêncio para a cozinha. Passei pela Pranta, que estava na sala vendo TV e não falei absolutamente nada sobre o Resgate do Soldado Ryan. Joguei tudo dentro da panela para ferver e desinfetar e voltei para o banheiro. Acabei de me trocar e fui para o quarto cochilar. Liguei o ar e apaguei.

- PRANTA DO CÉU, a pranta gritou.

Segundos depois ela entra no meu quarto.

- Pranta, você não sabe o que aconteceu. A sala está toda enfumaçada. O que você arrumou na cozinha?

- Ai a panela.

- Pranta, a sala Pranta. Está toda enfumaçada. Quando abri os olhos, eu não enxerguei nada. Tudo branco. Custei a entender que vinha da cozinha, peguei uma coisa lá que parece panela, coloquei na sacada, mas a fumaça não para de sair e o povo lá embaixo já ta olhando para mim na sacada com fumaça e tudo.

Tive a maior dificuldade para acordar, me descobrir e a sair do quarto. Eu realmente sou muito lenta para sair da cama – ah como eu gosto de uma cama – e o quarto estava fresquinho, escurinho .. ai ai..

- PRANTA DO CÉU! – eu gritei.

Estava tudo enfumaçado. Tudo. Não dava para enxergar nada. A sacada estava aberta com tufos de fumaça saindo e fiquei estática por alguns segundo, até a fumaça me incomodar e me fazer voltar para o quarto.

Fechei a porta, abri a cortina e ficamos pensando no que fazer. Resolvemos abrir tudo e começamos a abanar para ver e ajudava a sair. Aos poucos e muito lentamente, a fumaça começou a diminuir. Ficamos pensando como tirar aquele cheiro de fumaça. Já estava noite, aprontamos e saímos para comer. Pranta, pegou um tudo de creme hidratante novinho, pegou o tapete do banheiro e deu uma faxina no quarto. Quando saímos estava tudo cheirosinho. Descemos com a prova do crime bem escondido e jogamos fora em um latão bem longe dali.

No shopping, comemos e fomos procurar lojas que pudéssemos achar uma panela igual a que queimou. A panela queimada parecia tudo, menos que tinha sido panela um dia, em toda a sua vida. Era uma leiteira.

Não achamos uma leiteira nada parecida com a que jaz entre nós.

De volta ao flat, tivemos a decepção de perceber que o cheiro não tinha ido embora. Ainda inda estava muito forte e tive a idéia de colocar o ‘do not disturb’ do lado de fora da porta, porque ainda não tínhamos uma explicação razoável para dar ao gerente ou a algum funcionário que fosse.

Dormimos e acordamos com o cheiro que agora já nos impregnara. Arght! Começamos a sentir pequenos enjôos. Tomamos pouco café da manhã e fomos à praia. Lá ficamos pensando no que fazer, já que no final do dia iríamos embora. Avaliamos as nossas últimas 12 horas. Alguém do quarto ao lado poderia ter sentido o cheiro, avisado a um funcionário, que chamaria o gerente, que acionaria os bombeiros.

Só me passava isso pela cabeça. Não sei como que aqueles detectores de incêndio não acionaram. Pranta falou que eles só funcionam com indícios de fogo e não de fumaça. Ah tá. Ufa!

Voltamos no final do dia e o cheiro de fumaça estava ali. Não teve Victoria’s Secret que desse conta. Pedimos para fechar a conta. Acabamos de arrumar a mala e descemos. Quando fui assinar a fatura, comecei a ler cuidadosamente as coisas que estavam discriminadas e ri.

Mente fértil já viu né?.

Passagem de avião .............R$ 400,00
Feriado em Santos .............R$ 400,00
Leiteira ......................R$ 35,00
Victoria’s Secret .............R$ 45,00
Passar mais um feriado comigo, dando uma de incendiária NÃO TEM PREÇO.

Existem coisas que o dinheiro não compra. Para todas as outras existe Nínive Lage.




Sacada do flat (antes do fumacê)


O biquíni branco (jaz entre nós)

9 comentários:

  1. Huahuahuahuahua, vc só esqueceu da escada da piscina:

    Escada da Piscina ..........R$ 400,00

    kkkkkkkkkkkkkkk

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  2. Adorei!!!
    Um lindo e abençoado fim de semana!!!
    Bjs!!!

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  3. kkkkk, sua maluca rss, mas eu já queimei jóias na leiteira com sabão de coco, chupeta de criança, acontece, é normal rsss beijocas

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  4. Rsssss! Adorei Ninive!!! Bjo grande e ótimo domingo pra vc!

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  5. kkkkkkkkk,NInive que louca!!!muito bom apesar de trágico,beijossssssss ah quero um cartão NINIVE LAGE.

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  6. kkkkkkkkkkkkkkk
    Que legal,adorei as fotos
    bjoss

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  7. kkkkkkkkkkkk,que máximo,a Maria Cecilia balbuciava que a tia é linda,você é querida por todos,muito especial beijos,ops muah!

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Agradeço de coração a você que me lê e que expressa em palavras sua demonstração de afeto e carinho. É um prazer receber a sua visita. Muah!