Razão ...

RAZÃO ...


O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.

Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.

Seja muito bem vindo!


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Longe dos olhos mas perto do coração

[...] “ fazemos tudo o que um homem faz e de salto alto” é o término de um texto que já foi reescrito de diversas formas para vangloriar a independência feminina. Eu mesma sou a cara de muitas dessas versões, mas ando querendo passar essa minha cara prá frente. Não sou dona de casa, mas já fui, não sou mulher de nenhum marido, mas já fui, não lavo, não passo e não cozinho, mas já fiz tudo isso e usei muitos e longos finais de semana para descansar quando era possível, pois abria a despensa e via que tinha que fazer compras, abria o caderno e me lembrava de um trabalho da faculdade, consultava a agenda e via que tinha um lembrete de mim pra mim dizendo que aquele final de semana era o último da minha faxineira e como o marido dela era meu jardineiro, eu também ficaria sem ambos e quando tudo parecia declinar, ainda tive que entregar a casa onde morava e aiaiaiuiuiui procurar um novo lar. Namorar? Que jeito? Eu mal agüentava ir pra faculdade, levantava 05h30 da manhã, viajava uns 20km para ir trabalhar, chegava em cima da hora na faculdade e no retorno para casa ainda tinha que estudar para uma provinha oral básica de inglês pro’outro dia. Eita lelê: lerê, lerê, lerê, lerê, lerê.
Poxa, deixa eu falar uma coisa: não era mais legal quando o homem provia algumas dessas muitas coisas enquanto a gente cuidava de outras? Agora além dos serviços, dos estudos, dos filhos, da família, você ainda tem que ir atrás de independência financeira, moral, social para se sentir igual? Maior? Melhor?

Ó, tenho maior orgulho da vida que levei dos 21 aos 30. Mas além de batalhar e correr atrás eu sofri demaissss da conta. Mas demais mesmo. Sob muitos aspectos. E fui feliz sim, claro, porque para mim felicidade é estado de espírito, mas querer ser maior, igual que eles? Por que? Prá que? Ó, dá não hein?

Prefiro deixá-los trocar o pneu do carro, cortejar-nos, ser o provedor, acender uma churrasqueira , ou seja, cumprir a parte que lhes cabe, porque a ultima vez que fui acender uma churrasqueira, gentem.... primeiro que não entendo de arrumar o carvão no fundo, depois fazer um castelo, aí coloca fogo, bana, colocar gordura quente, bana de novo. Tudo isso foi-me dito depois das duas explosões que provoquei, com direito a voar a gordura na parede e enfumaçar tudo ao nosso redor. Depois que eu achava que a churrasqueira estava acesa, danei a cobrir toda a grelha de carne, um queijinho, mais gordura, pão de alho e vamos banar minha gente. Bana de cá, bana de lá, o queijo derreteu, o pãozinho de alho ficou pronto e resolvi começar a comer já que eram quase quatro da tarde e eu estava desde as 13h30 pelejando com a dita cuja. Enquanto comia, olhava de soslaio para a churrasqueira e só quando tudo enfumaçou de novo, vi que a churrasqueira tinha apagado fazia é tempo e a bonita aqui estava era espalhando a fumaça. Tira tudo da grelha, amontoa o carvão, dá-lhe álcool e POW! Mais uma explosão e lá vamos nós tentar assar a carne. Eram uma cinco e meia da tarde quando eu e aquele de bando de mulheres independentes cansamos da nossa empreitada e resolvemos comer o queijo cru mesmo, junto com o pão de alho com gosto de fumaça e hum... hum...e abrir o pote de sorvete com o bolo, ambos comprados prontos, porque claro, alguma coisa tinha que dar certo.




Pelo menos a cerveja estava gelada e meu salto anabela me colocara na altura que gosto de ficar. Mas vamos combinar, se eu estivesse descalça tinha visto mais de perto, não somente dentro da churrasqueira, mas também de que toda aquela situação teria sido evitada se tivéssemos em nossa companhia o motivo da conversa naquela tarde ensolarada encoberta pela nossa tentativa de viver um pouco longe deles.
Nínive não está defendendoe nem julgando. Só sendo romântica.

2 comentários:

  1. Bacana o texto Ninive, e realmente e bem verdade a rotina de nos mulheres e muito ardua e corrida rsrsr...Ainda bem que Deus nos fortalece para conseguirmos...Bjs linda...e prometo passar mais vezes por aqui.

    ResponderExcluir

Agradeço de coração a você que me lê e que expressa em palavras sua demonstração de afeto e carinho. É um prazer receber a sua visita. Muah!