Maquiagem, cabelo, roupa, sapato de onça, mais uma olhada no espelho.
- Quanto estiver pronta, faz sinal de fumaça.
- 1,2,3 e jáááááá!!! Respondi o torpedo .
Em 4 minutos ela estava na porta de casa.
- Bora prá Ituverava beach.
- E lá vamos nós.
Paradinha no posto prá comprar cerveja (quente) e uma ice( querosene de avião) e s’imbora.
Pessoa elétrica, fala, dirige, olha, acelera, freia, ultrapassa um caminhão, conta nos dedos quantos km andamos, acha que passou da entrada, dá um grito: - é aqui, é aqui, ui!. Vira, contorna, quarta, quinta marcha, terceira, freia, para.
- Liga pro Príncipe e fala que estamos na porta do Espeto.
Fala, fala, ri, fala que quer ser comediante, ri de novo, fala que vai cobrar daí é a gente que não pode rir.
- Praonde vamos mesmo?
- Recinto.
- Então vamos, já são 11h (da noite).
Entra no carro, liga o som no máximo, canta, dança, baliza, ops, pneu encostou, baliza de novo, aewwww.
- Vai tocar o que mesmo?
- Moda de viola.
Só ouço sertanejo universitário. Assunto: será que ‘as moda’ do estado de São Paulo são diferentes das de Minas?
Ela não para de dançar, faz amizade com um véi de 80 anos que adora a companhia e começa a pagar bebida. Mas tem que dançar comigo. E pegar na minha mão – ouso dizer que ele devia estar pensando.
Confusão. Entendi nada. Até hoje. E ela ta lá no maior dê-erre. E o trem nem era com ela. Olho daqui, olho de lá e me vejo sendo carregada pro banheiro. – blá, blá, blá, blá, sim ela estava me falando um monte, além de me acusar de estar errada e um vai lá falar com ele.
Ela volta a dançar. E eu fico pensando no que falar. Por entre os dentes, ela balbucia: fala logo! Te mato! Manda em mim de novo. Daí a pouco estou eu fazendo dê-erre.
Ouço daqui, ouço acolá, tento falar e não me vem nada a cabeça. Ela? Ah, ela aparece na janela dançando o eu quero tchu, eu quero tcha, eu quero tchu, tcha, tcha, tchu... nessa parte mais rítmica, ela cai. Já viram uma girafa caindo? Eu vi. Nesse dia. O povo que a levantou do chão, até ficaram de costas para o palco. O show – a partir dali – acontecia ao lado deles. Todas as músicas que se seguiram, tinham uma dancinha. Para não cair ela tirou os sapatos e lá pelas tantas, era eu quem estava dando show junto. Na rua. E de graça. A nossa química bateu, o nosso amor aconteceu, se tem alguém que lhe quer bem, esse alguém sou eu, cola meu corpo com o seu, ser personagem do prazer, ou simplesmente ser alguém na sua vida. Vem cá, pode chegar,deixa de besteira, sou todo seu, todo seu, todo seu[...]
Sentamos, fomos comer: dois omeletes, um lanche, uma coca e mais uma cerveja.
- Vamos embora?
- Nem na bala, não vim aqui prá dormir!
Enfo.
Fui-me né. Dei entrada no hotel e lá pelas tantas, ela chega cantando Vem cá, pode chegar,deixa de besteira, sou todo seu, todo seu, todo seu[...]. Ela não dorme, não deixa a gente dormir e ainda consegui cair da cama: ora para o lado direito, ora pela frente. Lembra de um causo, levanta, abre a janela, conta, requebra, lembra que tem que tirar as lentes, volta dando um duplo mortal carpado e apaga.
Graças a Deus!
Acordamos a tarde, com um frio, frio, saímos para tomar café, pulamos o almoço, tomamos sorvete e fomos caçar o que fazer. Primeiro, procurar uma meia calça (meia fina), mas por mais incrível que possa parecer, a cidade não sabe o que é. Perguntaram-me se era uma calça pela metade, se era de vestir e quando disseram que sim, me deram uma meia Kendall média compressão. Blé!
A noite fomos em um bar, foto, outro bar, mais foto e depois uma boate que estava tocando sertanejo universitário. Entramos ao som de tumtsitum, tumtsitum, tumtsitum. É... o sertanejo deles também é diferente dos nossos, aqui essa batida se chama Techno.
Madrugada, fome, eu quero comer cachorro quente, tá? - enfezei. Rodamos tudo quantuá, na cidade não vende cachorro quente além de meia fina. O cansaço chegou e vam’bora?
- Nem na bala - ela me respondeu – não vim aqui prá dormir. Vai pagar a diária do hotel sozinha, porque daqui não saio.
- Ó – estiquei o polegar prá ela – beleza então.
Lá pelas tantas, ‘invém’ o trem, se desculpando que estava chegando aquela hora, porque o povo não quis ficar. Aquela hora eram umas sete da matina. Entra, acende a luz, conta outro causo de dentro do banheiro, sai, troca de roupa, deita e não consegue ficar quieta. Levanta, vê um filtro solar fotoequilíbrio fator 40 em cima da mesa, não se agüenta de graça e ri até cair no chão. Levanta, continua zombando, deita, ri. ZzzzzzzzZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzz.
Acorda dizendo que DETESTA ir embora. Desvira o sutiã que está em cima da mala, veste, arruma a bagunça, faz o check out e volta falaaaaando e combinando a próxima viagem.
- Quero ser comediante!
- To desperdiçada.
- E vou cobrar!
E me olha.
Vem cá, e eu já tô te devendo?
Ó assim: amo você
ó
ResponderExcluirassim
:
amooooooooooooooo demais!
to até chorando de rir neah, pra variar!
Arrasou
mó #orgulho...
vc esqueceu de colocar que pedi 2 milhões 487 mil desculpas.. afff
e lá vamos nós outra vez!
kkk
Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.
ExcluirAdorei esse seu texto... suas expressões são engraçadas! hahaha
ResponderExcluirMuito obrigada.
ExcluirSaudades.
Beijo.
kkkkkkkkkkkkkkkkk ó achou graça tô cobrandoo kkkkkkkkkk.Precisa ver tudo isso ao vivoOooo...
ResponderExcluirAo vivo não tem preço. É MASTERCARD mermoOOooo.
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