-----Mensagem original-----
De: Nínive Moreira Lage
Enviada em: terça-feira, 27 de abril de 2010 18:27
Para: Riachuelo Online *Online*
Assunto: RE: RES: Fale Conosco - Elogio
Terça-feira, 20 de abril de 2010, após as 18 horas fui ao Shopping Vitória para fazer umas comprinhas. Normal? Não. Para mim não. Eu vou ao shopping sempre e por qualquer outro motivo. Muitas vezes par dar uma volta, distrair ou espairecer. Mas nessa terça, eu fui com uma lista na cabeça de coisas que precisava comprar e por etapa, fui entrando e saindo das lojas à medida que eu ia eliminando os itens. Entrei em tantas lojas, mas tantas, que se eu precisava repetir o trajeto, acredito que eu não o faria de novo, primeiro porque não teve uma ordem pré-estabelecida de compras e depois porque eu sou a Dori do Procurando Nemo. Já assistiu? Recomendo.
Eu queria lingeries. A viagem pedia lingeries bonitas e como eu já tinha comprado outras vezes na Riachuelo, voltei acreditando que encontraria peças que me satisfariam. Fui direto à sessão e comecei a escolher. Separei os conjuntos que mais gostei e fui para o provador. Uma moça morena, de óculos (acredito), baixa, fofi’s e sorridente me atendeu e indicou as peças que poderiam experimentar. As partes de baixo ficaram. Na volta, escolhi as que mais me agradaram e vi que ela tinha colocado as outras dentro de uma sacola da loja para ficar mais fácil para mim. Ainda dei outra circulada na loja e peguei uma maxi bolsa nude que em casa vi que era da coleção Ivete Sangalo. Paguei tudo no caixa, tive o desconto da promoção ‘Leve quatro e pague três’ e continuei perambulando pelo shopping para finalizar as compras. Minha mão foi só enchendo de sacolas e eu estava parecendo uma emergente. Faltou um segurança a tiracolo para me fazer a gentileza de carregar tudo para mim, enquanto eu fazia cara de paisagem. É, porque socialite que é fina, ainda faz carão. (Falando em carão, me lembrei do bordão do Serginho do BBB10: bate, rebate, finge que bate, faz carão).
Sem segurança, sem carão e tendo que carregar tudo no busão, voltei para casa feliz da vida pelas novas aquisições. Comprar é uó. No quarto, abri todas as sacolas e comecei a fazer a mala da viagem que aconteceria na próxima quinta-feira. Cadê a saia que comprei na Coliseum? Revirei todas as sacolas. Olhei, conferi várias vezes e minha boca fez o formato de um ‘ó’. Esqueci a sacola em alguma loja. Mas onde??????????????
Fui dormir tristíssima. Perdi até a emoção de terminar de arrumar a mala. Quarta, feriado, fui trabalhar (para compensar a sexta que eu faltaria) e fiquei remoendo a saia que tinha esquecido. Não pelo valor, mas pela compra, pelo esquecimento, pela cabeça voada. Sniff. Sniff.
Durante o dia, em algum momento, meu subconsciente veio à tona e me fez lembrar de uma imagem difusa. Saindo do provador da Riachuelo, enquanto eu devolvia algumas peças, me lembrei vagamente de ter visto a sacola pendurada junto com aquelas placas de quantidade de peças. Não sei esclarecer esse momento ‘recordar é viver’, mas era a única pista que eu tinha.
Trabalhei o dia todo pensando em voltar a Riachuelo à noite, e tentar resgatar a sacola. Se não estivesse na Riachuelo, eu não saberia o que fazer.
Cheguei ao shopping apreensiva, localizei o rumo da loja, subi as escadas rolantes e fui esticando o pescoço torcendo para a atendente do provador ser a mesma. Não era. Entrei para a fila e na minha vez, expliquei o que tinha acontecido. A moça me pediu para esperar, acabou de atender a fila e fez uma chamada via telefone. Ela me perguntou qual sacola era e o que tinha dentro. Eu disse: - é uma sacola da Ceconelo e tem uma saia preta de cós alto, dentro. Do outro lado da linha a moça: - não confere. A funcionária então me passou o telefone. A fila do provador voltou a ficar grande e eu repetindo esse nome Ceconelo que até agora não sei de onde tirei. Então, pedi um momento para olhar na minha carteira porque eu tinha o ticket do cartão de crédito. Porque até o cupom fiscal, tinha ficado dentro da sacola. (Do—ri. Oi?)
- Não.... é Coliseu. Sacola da Coliseu. Tem uma saia preta de cós alta.
- Ah..Ok.. está aqui.
- Está?????? Mesmo.
- Sim, senhora. Vou mandar levar.
Eu amo imaginar aquela dancinha de torcida em que as meninas fazem com uns pompons na mão. Foi essa imagem que me passou na cabeça. Mas infelizmente ali não era apropriado eu manifestar minha alegria dessa forma. Eu seguida me passou a imagem da dancinha do siri. Muito menos.
Fiquei – ansiosamente – esperando chegarem com a sacola. Bruno, outro funcionário me deu para conferir e eu querendo dar o ticket para ele conferir.
- Não senhora, a senhora é quem tem que ver se está tudo certo.
- Tenho 29 anos, não precisa me chamar de senhora.
Olhei.
- Está sim, tudo certo. Muito obrigada.
Procurei através do Bruno, saber o nome da funcionária que estava no provador na terça-feira. Ele checou e me deu o nome.
Laísa.
Laísa, você poderia não ter devolvido, poderia ter dado de presente, ou até trocado. Até o cupom fiscal para troca estava dento da sacola. Talvez você não o fez, porque a loja em que você trabalha seleciona, treina e dá subsídios suficientes para que um profissional com o seu know-how, tenha um comportamento ético e honesto. Talvez você não o fez, por ter sido criada em princípios familiares rígidos, idôneos, onde a forma pelo qual foi educada, treinou a sua consciência para o que é certo e o que é errado. Para mim, ambos os motivos são legítimos e me fazem acreditar que por pessoas como você, as chances das coisas no mundo melhorarem são grandes. E lhe sou grata por isso. Não pelo valor financeiro que eu perderia. Eram apenas R$ 42,00. Mas pelo meu esquecimento do recente item comprado que eu usaria em uma viagem que eu fiz no dia seguinte.
Na quinta-feira à noite, quando estava me arrumando para viajar, coloquei a saia me lembrei da sua fisionomia. Sorri e me senti na obrigação de lhe agradecer.
Usei o site oficial da Riachuelo, como forma de disseminar minha gratidão e valorar a sua postura enquanto funcionária.
Lhe darei um abraço, em um momento oportuno quando estiver de volta à loja.
Um beijo carinhoso.
Nínive Moreira Lage
ninivelage@hotmail.com
Infelizmente, não tive a resposta que esperava, afinal dediquei horas escrevendo, reescrevendo, corrigindo, editando e etc etc etc.
Mas pelo menos me responderam e acho que cada um escreve como sabe.
Prezada Ninive Lage:
Agradecemos a mensagem e informamos que a Riachuelo preza pela excelência, de forma que é extremamente gratificante obtermos reconhecimento e satisfação, visto que esse é nosso maior compromisso.
Sua opinião é muito importante para nós e gostaríamos que continuasse manifestando-se sempre que julgar conveniente.
Colocamo-nos à disposição para eventuais dúvidas e colocações. Teremos prazer em atendê-la!
Atenciosamente,
Fale Conosco
Atendimento Online
online@lojasriachuelo.com.br
Ainda assim, contino pensando bem das lojas Riachuelo e tenho toda a intenção de voltar lá e continuar fazendo minhas compras, porque não foi a Laísa quem respondeu. Mas foi ela que me demonstrou em atitudes, que tipo de pessoas ainda podemos encontrar nos dias de hoje.
Outro beijo para a Laísa.
Muah!
Razão ...
RAZÃO ...
O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.
Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.
Seja muito bem vindo!
O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.
Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.
Seja muito bem vindo!
É muito bom ver que ainda existem pessoas honestas nesse mundo,raro,mas existem e elas devem ser reconhecidas pelo caráter.
ResponderExcluirQue bom que conseguiu de volta a saia.
bjosss
Que legal que conseguiu a saia de volta, e bom ver que ainda temos pessoas que respeitam as outras...Bjs.
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