Razão ...

RAZÃO ...


O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.

Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.

Seja muito bem vindo!


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Causo III

carroceiro

Semana passada eu estava no ponto de ônibus, à noite, no horário de rush e meu telefone tocou. Assim que desliguei, fiquei relembrando que, da primeira vez que meus pais vieram me visitar, eu deixei meu celular com eles porque eu ainda não tinha telefone em casa.

Nanda me perguntou: esse seu telefone não vai ficar tocando não né? Falei: Ah menina, você têm que ver como esse telefone toca. Tenho certeza que você vai até esquecer que meu celular ficou com você. E de fato, o telefone tocava tanto, tanto, que eles iriam para a praia e simplesmente não me escutavam chamando. O telefone devia vibrar com todas as suas forças, mas ela só percebia quando eu já tinha chegado em casa. E mais: já tinha até falado o que queria.

Aliás meu celular continua não tocando. Ultimamente só a TIM tem me mandado torpedo, oferecendo seus pacotes promocionais ou, me mandando colocar crédito. Quebrei, hein.

Off à parte, essas lembranças se perderam quando um tipo masculino que estava puxando uma carroça, começou a fazer gestos largos e a falar alto. Quando de fato comecei a prestar atenção (porque eu sou uma Dori), ele estava bem à minha frente, no corredor dos ônibus que por causa da situação caótica, também estavam parados. Em uma fração de segundos, esse homem fez um giro com o corpo, pegou seu celular na cintura, abriu e atendeu uma ligação. Logo identifiquei o modelo do seu celular: V3.

Na época em que lançou o V3 em Uberaba, esse celular fez tão sucesso que quando a gente via um conhecido(a) com um, logo segredávamos:
- Enfo, fulano está de V3!
- Noooosa, cicrano está de V3!
- E-u s-e-m-p-r-e q-u-i-s t-e-r u-m V3 a-s-s-i-m (e meus olhos se abriam e esbugalhavam igual aos do Zeca Pimenteira do Zorra Total).

Passado uns meses, escutei o seguinte comentário: celular popularizou tanto, que até carroceiro tem V3. E era verdade: todo carroceiro lá (a maioria vai) tinha um V3. Então, imagina a minha risaiada no ponto de ônibus, vendo o cara com um V3 no trânsito. Não que o fato de ele ter um V3 e estar no corredor dos ônibus foi suficiente para eu achar graça. Mas espia a do cara:

- Alouuuuuuuu... que que é? Hein??? Ah seu #@$*¨* , amola não, to trabalhando, ô *¨#*.

E pá, desligou o telefone.
Segundos depois:

- Alouuu, *¨%#% para de me ligar. Ta vendo que eu to ocupado não? &¨$#@*.
E colocou o celular de frente para o seu rosto e o girou em círculos, igual o Didi faz no seu programa.

As pessoas no ponto de ônibus in-tei-ro caíram na gargalhada. E eu já estava rolando quatro vezes pra lá e quatro pra cá de tanto rir.

Terceira vez:
- Que que é infeeeeeeeeeeeeeerno? Estou trabalhando, vai amolar outro, *&$#@%. Ah pelo amor de Deus, eu aqui, parado no trânsito e meu telefone não pára de tocar. E não me liga mais não, %$#@*.

E pá, de novo desligou o telefone.
Olhou para a gente e continuou reclamando:
- Esse povo não respeita a gente mesmo não. Eu aqui trabalhando, no trânsito, nem celular eu posso atender. E se o guarda me pega?

O farol abriu, os ônibus da frente começaram a andar. O carroceiro engatou a primeira, deu seta, virou para nós e finalizou:

- Se o guarda me pega aí, vai ser outra multa. E minha casa já está cheia de multa.

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

2 comentários:

  1. Rsrsrs..seus textos são demais rsrsrsrs.parabéns. Bjs...

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  2. KKKKKKKKKKKK,muito engraçado,so você para escrever assim, parabéns bjsssssssssssss

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Agradeço de coração a você que me lê e que expressa em palavras sua demonstração de afeto e carinho. É um prazer receber a sua visita. Muah!