Razão ...

RAZÃO ...


O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.

Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.

Seja muito bem vindo!


sexta-feira, 9 de abril de 2010

O que colocar em uma gaiola?

Bandidos.
Estupradores.
Sequestradores.

Àqueles que batem nos animais.
Àqueles que tiram o couro dos animais vivos, pelo valor da venda do produto ‘fresco’.
Àqueles que fazem alçapão.

Marido que bate na esposa.
Mãe que abandona o filho.
O pai e a madrasta da Isabela Nardoni.
A Suzane Von Richthofen.

Dá vontade de colocar em uma gaiola as pessoas que reclamam da vida, que tem preguiça de acordar cedo, que se lamentam por não ter (ainda) conseguido comprar a sua ankle boots para o inverno, àqueles que se contentam com tudo e àqueles que não se animam por nada.

Dá vontade de colocar em uma gaiola, a doença, a dor, a morte e o pranto. A saudade, a distância, a ausência e a omissão. As inverdades e as puras mentiras.

Dá vontade de enjaular dentro da minha gaiola, os amigos e o amor. A família eu não gostaria de enjaular, eu gostaria de engoli-la mesmo. Para ficar o mais dentro possível; assim como os hamsters fazem com seus filhotes.

- O que é isso?
- Lagosta.
- La-go-sta? Ju-ra?

O cara dá uma olhada pra mim que soou algo como: é só uma lagosta, filha. Mas responde:
– É.
- Que lindo. Nossa, como são bonitas.

O cara deixa de me olhar e passa a me reparar.
- Lagosta, que lindo. Olha como são lindos.
O cara mudou de cara. A cara do cara era de incredulidade por tamanha demonstração de surpresa.
Percebo e engato um:
- É que lá em Uberaba moço, tem dessas coisas não. Eu realmente gostei.
Segundos depois.
- Como que pesca?
- Com a garra.
- E quanto custa?
- Dois reais.
- E se eu pescar você fazem para eu comer na hora.
- Fazemos.

Esfuziante.
- Adorei. Adorei. Gente, nunca vi isso em toda a minha vida.
E fui falando como se todos estavam lá, estivessem falando comigo.
- Você sabe qual é o macho e a fêmea?
- Aí, você me apertou.

Indo de um lado para o outro. Agacho. Levanto. Olho por cima. Por baixo. De lado.
- Nóooooooo. Moço, é que eu gostei tanto que me deu até vontade de levar pra casa e colocar em uma gaiola.
- Aquário.
- Sim aquário, aquário....... foi que eu disse, não?
- Não...gaiola é uma coisa, aquário é outra.

Um comentário:

  1. kkkkkkk,Ninive você sempre brilhante nos textos,bem humorado,inteligente e emocionante, parabéns e super beijo.

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Agradeço de coração a você que me lê e que expressa em palavras sua demonstração de afeto e carinho. É um prazer receber a sua visita. Muah!