Certa vez, em Uberaba, ao chegar em casa percebi a presença de um grilo na porta do meu quarto e quando eu ia tomar banho, o via no box.
Dias seguidos e essa cena - verídica - se repetia.
Então um dia, eu decidi que ele seria macho, chamei-o de Grilo e passei a falar com ele todo dia.
Afinal, éramos Grilo e eu.
Eu o cumprimentava, perguntava como ele estava, dava uma pausa - como se aguardasse a sua resposta - e então falava como eu estava e como tinha sido o meu dia.
Hoje, não consigo me lembrar se durou semanas ou meses. Mas me lembro perfeitamente do ritual de vê-lo assim que eu chegava em casa e depois no banho.
Debaixo do chuveiro eu falava com ele, gesticulava, de vez eu quando eu danava com ele também e sempre o chamava de Grilo. No começo ou no final do conversê.
Aí um dia, contei para Ana Paula do Grilo. Ela chegou a encher os olhos d'água de taanto rir, por me ouvir contar das prosas que eu batia com ele. E deve ter me achado um caso perdido.
Então um belo dia, lá estava eu debaixo do chuveiro, ensaboando os cabelos e falando com Grilo.
De vez em quando eu abria os olhos e via se ele estava no mesmo lugar no blindex. E a cada olhadela, via que ele, ora estava para um lado, ora para outro.
Acabei o meu banho, escorri os cabelos e fui abrir a porta do blindex.
Crashhhhhhhhhhhhhhh.
Adivinha? Matei o grilo.
M-a-t-e-i o Grilo e eu ainda estava falando com ele.
Muda.
Vendo as asinhas dele no chão e ele ainda agarrado no vidro.
Longos minutos.
Olhando para o vidro e para o chão.
Incrédula.
Troquei de roupa e fui chateada para a faculdade.
Contei para todo mundo que eu tinha matado o único ser vivo que tinha me ouvido falar nos últimos minutos.
Acho - cá com meus botões - que minhas colegas de sala até pararam de falar comigo nesse dia, quando soltei a frase "matado o único ser vivo que tinha me ouvido falar nos últimos minutos".
Grilo nunca cantou para mim. Hoje, pesquisando descobri o porquê:
Somente os grilos machos produzem sons [...]. Para tanto, os machos possuem uma série de pelos nas bordas de suas asas, alinhados como pentes, e produzem os sons roçando uma asa contra a outra [...].
Mas descobri também que os grilos: necessitam de atenção diária, sua principal alimentação é de folhas e que o canto do grilo (principalmente em desenhos animados) depois de uma piada ou de uma sugestão também pode ser símbolo de que foi uma piada seca ou de que houve silencio, ou seja, a sugestão foi ignorada.
O-U S-E-J-A, eu aqui morrendo de saudade do grilo e ele não era nada daquilo que um dia eu quis para mim como referência de inseto de estimação.
O bicho nunca cantou para mim?
C-a-l-a-r-o que não: ele era fêmea!!!!!!!
E o seu silêncio?
Resposta: elA não estava nem aí para a Hora do Brasil.
[Será que no fundo foi por isso que eu exterminei o pobre coitado?]
Ah, não posso crer!!!!
Ah, o grilo era daquele marrom. Um possível grilo japonês (Teleogryllus emma)
Fonte: GRILO. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Grilo. Acesso em 30 de março 2010.
Razão ...
RAZÃO ...
O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.
Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.
Seja muito bem vindo!
O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.
Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.
Seja muito bem vindo!
terça-feira, 30 de março de 2010
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kkkkkkkkkkkkkkkkk,não acredeto!!!!!!comecei a ler pensei que era uma piada,como você consegue ,você é o máximo,pena que não mora aqui em São Paulo.Você nasceu em Uberaba M.G?ainda estou rindo kkkkkkkkkkkkmas coitado do grilo,ele ops ela te ouvia.
ResponderExcluirSe a Ana Paula fosse, realmente, sua amiiiiiiiga, logo no início quando ela entrou na história, teria lhe passado o telefone de um psiquiatra.
ResponderExcluirO diagnóstico estava facinho de se fazer!
Pronto. O problema teria morrido no nascedouro.
Ou não.
Re: [Memorial em Flor] Grilo
ResponderExcluirDe: Papaizinho do meu coração
Enviada: quarta-feira, 31 de março de 2010 10:06:23
Para: Nínive Lage
Nínive,
Acho que este depoimento revela a falta que você sente da Nina. Pelo menos ela presta boa atenção e dá uns grunidozinhos quando quer passear.
Seu pai
Cida: Cê acha bãoooo né?! Rs.
ResponderExcluirLC: Ela anda meio sumida...ai será que a ficha dela caiu só agora? Rs.
Papaizinho: Ai que sodadi da Nina.
RE: [Memorial em Flor] Grilo
ResponderExcluirDe: Sheila Martins (sheilamartins_meier@hotmail.com)
Enviada: quinta-feira, 1 de abril de 2010 8:38:26
Para: ninivelage@hotmail.com
Gente.................não......olha...vc é louca, completamente louca...e o pior, eu vou atrás no mesmo embalo, pois eu tb tinha um ser vivo que conversava...era uma lagartixa que nomeei de SAMIRA. Dei-lhe esse nome pq era um bicho nogento...e daí lembrei de uma criatura que estudava comigo que eu tb nao gostava, que se chamava SAmira. Hoje a Samira humana mora no céu, ou será no inferno??? Bem, nao sei...so séi que ano passado ela morreu, mas nem por isso passei a gostar dela.... Mas a Samira Largatixa deve ter morrido tb... pois isso tem anos....... Eu chegava em casa e la estava ela no teto do meu quarto.... Aff......
Enfim,....... os doidos se comunicam muito bem, pq será que nos damos tão bem AMIGA????????????????????kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
bjos
rsrsrsrs... e eu achando aqui que era algo sério... rsrsrsrs... é cada história... rsrsrs
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