Razão ...

RAZÃO ...


O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.

Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.

Seja muito bem vindo!


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Olhar além dos olhos .. ..

Semana passada tomei uma decisão importantíssima que já deveria ter tomado há mais tempo. Mas .. .. que por motivos como falta de coragem, excesso de apego e o que fazer com o primeiro dia do resto da minha vida?, me fez protelar. (diga aí, sou dramática não sou?)

Sentimentos genuínos como admiração, carinho, amor, saudade, admiração, arrebatamento e afeição me fizeram sentir presa que de tão presa estava me sufocando. Só percebi, quando o ar começou a me faltar. Não aquela falta de ar de frio na barriga, de emoção, mas àquela de pane, desligamento. Acordar e só me sentir bem se.. ir trabalhar e só me sentir bem se.. ir para os finais de semana e só me sentir bem se... . IMAGINA. Isso não combina comigo.

E a mudança veio de dentro. Assim, de leve, na hora certa, sem pressões alheias ou conselhos furtivos. Levou tempo, dias, noites, semanas, meses. Durou na verdade, um piscar de olhos e lá estava eu rumando para a decisão ser cumprida. Libertei-me para não me sentir presa jamais.

Ah nem tanto, até que o próximo evento aconteça, porque como eu disse recentemente para o Papai: "eu não tenho medo de viver e nem de sofrer".

Não estou falando de uma pessoa específica. Estou falando de todo tipo de mudança: de fazer uma nova seleção de amigos, de me comprometer mais no novo trabalho, de fazer da minha nova moradia um doce lar, de definir meu futuro, de eleger meu ex-atual e forever mestre, meu mais novo-e-legal-e-moral-e-que-não-engorda-amigo e fazer a minha primeira careta para ele vendo-o comer carangueijo com perna, cabeça, pêlo e sal. E com ele, fazer planos. (soou romântico hein LC? Rs.)

Ontem ele me fez a seguinte pergunta: o que você quer para a sua vida?
E antes que eu respondesse ele me deu dois caminhos. Nossa, como ficou fácil estabelecer meu futuro. Eu tenho opções!!!! Ele me fez vê-las. Nãooo mentira. Ele ainda disse: "podemos ir ver isso juntos se quiser". (é agora a hora do beijo?).

E eu aqui, entocada, às vezes me sentindo sozi-i-i-i-inha, loooonge de tudo e de todos, olhando para o horizonte e não enxergando as coisas e as pessoas mais próximas. Mais reais. Mais palpáveis. Mais presentes. Em um outro post, eu falei sobre isso, sobre valorizar, ser mais presente.

Certa vez, em um momento apropriado eu lhe escrevi (apesar de estar morta de ciúme desse texto, vou reproduzi-lo):

"De: Nínive Moreira Lage
Enviada em: sábado, 5 de dezembro de 2009 01:34
Para: Luiz César
Assunto: Gratidão

Olá! Bom dia-a...

Ainda não consegui desacelerar meu corpo e a minha mente do cadente processo de introspecção e concentração a que me submeti nas últimas semanas.
Me pego checando várias coisas no meu e-mail como seu eu ainda tivesse alguma coisa a ler, a escrever, a revisar. (vou acatar todas as sugestões de correção, calma!)
Quinta feira não quis ir trabalhar cedo. Cheguei em casa na quarta depois da apresentação e do Coronel Picanha me sentindo exausta, com muita vontade de dormir por horas a fio como há muito tempo não faço.
Não consegui. Acabei acordando cedo.

Não paro de rememorar as últimas 24 horas que antecederam a apresentação.
Entrei em transe absoluto.
Procurei me lembrar de tudo aquilo que você apontou de frágil no meu trabalho e fui elaborando as possíveis perguntas e respostas. Repassando, repetindo.
Em silêncio.

Fiz as impressões da identificação da porta, das mesas da banca, das minhas fichas, conferi os slides muitas vezes. Repassei com a Karina o tempo, a apresentação. Chequei a roupa, a meia, a blusa, os sapatos.

Cheguei 16h20.

Fui te procurar na sala dos professores e a Profª Rosimar estava lá. Me perguntou: -está nervosa? -respondi: tem um ano que estou escrevendo esse trabalho. É a minha chance de te mostrar. Ela sorriu e emendou: Seu trabalho está muito bom. Agradeci.
Na volta cruzei com uma funcionária que me disse: - você vai apresentar TCC? - Vou. - Você está lin-da! Boa sorte!. -Obrigada.

Denny e Karina estavam (tentando) se comportar bem. Denny disse que queria me fazer perguntas sobre o trabalho, junto com a banca (ufa! ainda bem que não era sobre dívida ativa). Karina queria saber quem iria pagar a cerveja depois. Os dois assim: tudo junto, misturado, criando expectativas e nervosos como se fossem apresentar (será que eles acharam que ficariam em pé lá na frente comigo?)

De fato eu não estava nervosa, estava ansiosa para apresentar.

Você abriu a sessão e fiquei aguardando o seu enfático: - Nínive, você está pronta?

Me lembro do esforço em falar pausadamente, fazer uso de gestos, olhar para todos os presentes e não me perder nas fichas. Fiquei um pouco preocupada com os slides, mas em um dos momentos de concentração e vendo o esforço da Karina aqui em casa em me ajudar, decidi que mesmo que ela se perdesse, eu continuaria falando.
Apenas em dois momentos, me virei para ver se os slides estavam no gatilho: (1) quando fui falar sobre a análise dos dados e (2) quando fui concluir. Era importante eu fechar a conclusão explicitamente.

Fiquei estupefada com as considerações da banca. Não sei se é de praxe a banca fazer considerações pessoais, mas eu fiquei muito emocinada. Evitei chorar ao máximo, porque chorar não combinaria com a 'minha elegância' e não é assim que eu gostaria que as pessoas me vissem.

Eu não esperava jamais, palavras como aquelas da Profª Rosimar. As coisas que ela me disse me afetaram tanto, que a minha vontade agora era que tivesse sido gravado. Da mesma forma o prof. Lugon. Do púpito eu vi várias orelhas no trabalho e fiquei aguardando as 'porradas'. Ele falou do nome, da conclusão explicitamente falada e não escrita e do púpito.

Quando foram se reunir reservadamente, fiquei refletindo sobre meu 'erro' de apresentar no púpito. Quando e porque a idéia me ocorreu e porque isso causou extrema odiosidade por parte dele. Talvez eu tenha lido muito mesmo, talvez eu tenha feito um discurso e não uma apresentação. Talvez a banca esperasse uma apresentação com movimento de corpo, gestos, apontes e expressões.

Todas as palavras e as sensações só acresceram na minha bagagem profissional.
É indescritível o momento de ouvir a leitura da ata. Me lembro que fechei os olhos quando Lugon disse: aprovada com NOTA DEZ.
Estava lá o que eu queria!

Quando a você, Luiz Cesar, o que tenho para lhe dizer? Que você me testou.

Testou a minha paciência, o meu humor, o meu interesse, a minha disposição.
Testou a minha capacidade, a minha inteligência e as minhas leituras.

Cheguei a pensar naquela sexta-feira que você apontou as fragilidades do meu trabalho, que ele tinha sido perdido comigo dentro.
Mas quer mexer comigo é me dizer: não pode, não tem mais jeito, é tarde demais.
Por isso acho que você me testou.

Que bom que você não desistiu de mim.
Que bom que você teve paciência comigo.
Que ótimo que o DEZ que tiramos, foi fruto de uma produção intelectual comum.

Você - de toda forma - se dedicou a um interesse meu. E por isso a minha melhor forma de expressão, foi dedicar o meu trabalho a você!

Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada.Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada."


E você LC, ainda me foi gentil ao responder:

"RES: Gratidão‏
De: Luiz Cesar U
Enviada: sábado, 5 de dezembro de 2009 7:54:28
Para: 'Nínive Moreira Lage'

Nínive, você é uma pessoal especial.
Não é uma pessoa comum.
Foi especial e eu gostei de lhe conhecer.
O dez foi mérito seu.
Dentro de poucos minutos vou para o Rio. Volto dia 14.
Na volta vamos falar sobre o TCC (um pouquinho) e sobre o churrasco do dia 19 (um montão)?

Beijos e sucesso,

LC"


Valorizar as pessoas. Simplesmente. Porque umas são SIM, melhores que as outras.
Ta aí a prova ó. (Com o dedinho apontado para cima).

Exagerada, jogada aos seus pés eu sou mesmo exagerada

4 comentários:

  1. Realmente existem pessoas que nos marcam mais que outras.
    Parabéns pelo seu DEZ,não tem recompensa maior.
    bjoss

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  2. Ei linda parabéns pelo dez e eu passei por algo semelhante no que diz respeito ao seu TCC eu apresentei o meu no dia 07/12/2009 em uma segunda feira e na quinta feira anterior minha orientadora passou algumas alteraçõe e até perguntou se daria conta e gracas ao bom Deus me tranquei em casa e consegui, não tirei 10, tirei 9 mas não pelo trabalho ou a apresentação e sim por erros de portugues poi não deu tempo de ninguem revisar pra mim rsrs...Bjs...

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  3. Caramba,
    vou levar um tempo para "voltar ao normal!

    Obs. "voltar ao normal" = ego nas nuvens

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  4. OLA NINIVE ESCRITORA LINDA! parabéns pelo 10,você é muito especial,e no seu caminho Deus so colocara pessoas assim,tão especial quanto você,super beijo e sucesso sempre você merece.

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Agradeço de coração a você que me lê e que expressa em palavras sua demonstração de afeto e carinho. É um prazer receber a sua visita. Muah!