Razão ...

RAZÃO ...


O conhecimento que recebemos, na maioria das vezes, não tem muita relação com a nossa história, no máximo tem relação com a nossa formação profissional.

Aprendemos a acumular conhecimentos, aplicar fórmulas, analisar teorias, repetir regras ...
Todos esses eventos têm relação direta com a nossa história pessoal, nossos sonhos, expectativas, projetos, relações sociais, frustrações, prazeres, inseguranças, dores emocionais e até crises existenciais.
Adquirir essas experiências e vivê-las a tal ponto de segurar as lágrimas para que não derramem, estar preso a pensamentos nunca revelados, ter temores não expressos, palavras não ditas, inseguranças comunicadas e reações psicológicas não decifradas, são àquelas em que aprendemos na escola da existência. É nessa escola que deixamos raízes, saudades e memórias infindáveis.
É vivendo com cada experiência, que aprendemos a lidar com ela.
Por todos esses motivos, a razão desse espaço é dividir aprendizagem, oportunizar leituras, e claro, me exercitar na escrita e na comunicação.

Seja muito bem vindo!


terça-feira, 9 de março de 2010

Causo

Olá!

Fui mais cedo trabalhar, porque tinha que estar em Guarapari antes das 13:30, horário de duas audiências.
No caminho para Vitória, de busão, às 11h da manhã o mormaço estava daqueles. Chegando a certa altura da Reta da Penha, o trânsito que já estava lento, parou. Isso fez com que as pessoas passassem a reclamar. E piorou ainda mais, quando viram que era por motivo de obras:
- Obras? A essa hora?
- Ah! Não acredito!
- Por que não fazem isso à noite?
- Para não pagar hora extra, adicional noturno


:(

Da janela, percebi que a minha nuca estava molhada, bem como a minha costa e entre o busto. Passei a mão no 'bigode'..uh! calor ...
Faltavam uns 5 minutos para chegar, mas de fato demoraram uns 15 ou 20 talvez e não sei porque me lembrei de uma estória muito engraçada que me fez rir os 15 ou talvez 20 minutos restantes da viagem. Eis:

No carnaval do ano passado fui para São Paulo. Érika, uma amiga há uns 14 anos, me encontrou no aeroporto e fomos para a rodoviária pegar o busão para sua casa de praia em Praia Grande. Na rodoviária, fomos até a viação Breda e compramos as passagens. No guichê, o atendente avisou: Chequem o horário!.
Assim que o ônibus encostou, conferimos o horário que estava pregado nele e subimos. Avistei alguém sentado na minha poltrona. Érika foi logo procurar outro lugar quando eu disse:
- Moço, esse lugar é nosso.
- Não, esse assento é meu.

Peguei minha passagem e falei:
- Mas olha, eu comprei esse lugar.
E mostrei a ele.
- Ah tá, é mesmo, mas em outro ônibus, porque esse vai para Cubatão.

Eu dei uma gargalhada tão alta e rio ainda agora quando lembro. Se ele não estivesse sentado no 'meu' assento, ou se ele chegasse depois de mim e me visse sentada ali e não falasse nada, eu estava em Cubatão até hoje. Rs.
Descemos e dessa vez pegamos o busão certo. Não sem antes perguntar repetidas vezes.
Assim que entramos no outro busão, continuamos rindo do nosso primeiro fora e fui logo avisando:
- Pranta, [nosso apelido] você me conhece não conhece? A viagem promete!.

Dessa vez, no busão certo

Ficamos durante o dia na praia e a noite procurávamos algo para fazer. Nada que fosse tão carnavalesco, mas que fosse tão divertido quanto.
Então, um dia à noite, resolvemos ir ao centro de Praia Grande ver mais movimento.
Ela sabia, mais ou menos, como circular lá, como também sabia, mais ou menos, o horário que o ônibus parava de circular, como sabia mais ou menos, onde iríamos. E foi nesse clima de aventura que pegamos um ônibus que estava indo para o Centro.
Passeamos, compramos, perobamos, comemos e vimos as pessoas na rua.
Quando achamos que já estava beeem tarde, resolvemos garimpar um ônibus de volta.
Tomamos um chá de cadeira no ponto de ônibus, que passava todos, menos o que nos levaria de volta para casa e lá pelas tantas, ele passou.
Ainda não estava cheio, mas a cada ponto, era só gente subindo.
Nos demos conta, que aquele era o último de volta, antes que o dia amanhecesse.
A certa altura, já bem de madrugada, alguém dá sinal e sobe uma família. Não uma família como a minha: pai, mãe e dois irmãos. Parecia família inteira de parentes: irmãos, respectivas mulheres, filhos, sogra, cunhados, co-cunhados, sobrinhos, e a medida que foram passando na roleta, diziam:
- É o Beltrano que tá ali, ó, que vai pagar.
O cobrador, olhou pela janela e viu o Beltrano ainda esperando a sua vez de subir, porque a família de parentes era realmente grande.
Quando o pagador de passagem de toda a família dos parentes chegou na roleta, ele se deu conta que o dinheiro que estava no bolso, não estava mais. Ele olhou uma vez, duas, três, quatro, gritou uma mulher, a outra, o outro e por fim, o motorista.
- O dinheiro caiu, pára o ônibus motô. Motô, o dinheiro, caiu, pára o ônibus.

O ônibus já tinha saído do ponto que os tinha pego e já estava bem apressadinho para acabar aquela viagem. Mas ele parou, perguntou o que tinha acontecido e deu ré.
Pranta e eu começamos a rir.
- Estamos indo Pranta, mas agora é de ré.
- Para casa que não é.
- Talvez para Cubatão, quem sabe?


O homem procurou esse dinheiro e procurou e procurou e nós com o pescoço esticado vendo a agonia dele. A essa altura, todos os filhos pequenos dessa família de parentes e àqueles que nem parentes eram, começaram a chorar. Que beleza!

A cena foi ficando tragicômica. Mas aqueles que tinham trabalhado até quase aquela hora, perderam a paciência e pediram para o motorista seguir viagem.
O cobrador não deixou:
- E a viagem deles, quem vai pagar? Passou todo mundo na roleta.

Alguém, um desses que estava cansado e estressado, perguntou:
- Quanto é?
O cobrador começou a fazer as contas.
- R$ 23,00
Ele pagou.

A viagem seguiu, deixando o pagador de passagem da família de todos os parentes para trás, procurando o dinheiro. Quando a viagem retomou, uma mocinha, de uns 5 ou 6 anos de idade, começou a vomitar bem do meu lado e da Pranta. Arght!
Estava mesmo muito quente, o ônibus lotado e todos, absolutamente todos estavam exaustos daquela viagem, que estava só na metade.

A sensação que tenho é que foi dado um minuto de silêncio, antes que um alguém se manifestasse em alto e bom som. Aliás esse um, estava bêbado, bem maltrapilho, com um sorriso no rosto, mostrando seus poucos dentes bem amarelados.
Esse um, sem querer [talvez querendo], retratou em música, o caos que tínhamos acabado de passar.

E cantou:

Esta família é muito unida
E também muito ouriçada
Brigam por qualquer razão
Mas acabam pedindo perdão...

Pirraça pai!
Pirraça mãe!
Pirraça filha!
Eu também sou da família
Eu também quero pirraçar...

Catuca pai!
Catuca mãe!
Catuca filha!
Eu também sou da família
Também quero catucar
Catuca pai, mãe, filha
Eu também sou da família
Também quero catucar...


Pranta e eu no busão de madrugada

Quer saber? Foi uma delícia, não foi Pranta?

Muah!

6 comentários:

  1. rsssssss,não consigo parar de rir,genial,rssss beijo Ninive e um beijo para Pranta,que maximo.

    ResponderExcluir
  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Adorei Ninive..qundo o bebado começou a cantar a musica foi a melhor parte..kkkkkkkk amei...conte mais!!!!!!...

    ResponderExcluir
  3. É gente.. tem muito mais.
    À medida em que eu for lembrando, eu vou escrevendo. Eu mesma, volto a me divertir relendo.
    E com esse post eu já o fiz não sei quantas vezes.
    Obrigada pelo carinho.
    Muah!

    ResponderExcluir
  4. Minha nossa senhora!!!!Isso pode virar até um filme de comédia.já pensou enviar para o Miguel Falabela?kkkkkkkk

    ResponderExcluir
  5. Uai Lu, vou pensar seriamente nisso.
    Rs.

    ResponderExcluir
  6. Erika..°° ♡:

    15-mar | spam
    Ainda bem q agente tem muitas histórias engraçadas para contar néh! huahuahua

    Bj sumida.

    ResponderExcluir

Agradeço de coração a você que me lê e que expressa em palavras sua demonstração de afeto e carinho. É um prazer receber a sua visita. Muah!